O Paris Saint-Germain conquistou, neste sábado (31), o título mais importante de sua história ao golear a Inter de Milão por 5 a 0 e levantar pela primeira vez a taça da Liga dos Campeões da Europa. A vitória, que coroou a temporada impecável do clube francês, provocou uma explosão de alegria entre os torcedores, principalmente em Paris. No entanto, a comemoração que deveria ser de festa se transformou em uma noite de caos e violência em várias cidades do país.

Durante a madrugada, atos de vandalismo e confrontos com a polícia resultaram em três mortes, quase 200 feridos e mais de 500 pessoas presas. Segundo informações da agência AFP, o Ministério do Interior da França confirmou que 559 pessoas foram detidas — 491 delas apenas na capital — e que 320 seguem sob custódia policial.

As vítimas fatais foram um jovem de 17 anos esfaqueado, uma mulher atropelada e um homem de 20 anos que colidiu com um carro enquanto pilotava uma motocicleta. Os dados foram divulgados pelo jornal espanhol Marca. Além das mortes, houve 192 feridos, conforme o jornal As, além de 692 focos de incêndio, incluindo 264 veículos queimados.

Em Paris, nas imediações do Parque dos Príncipes, estádio do PSG, diversos carros foram depredados e incendiados. Na cidade de Nantes, um ônibus foi destruído por manifestantes. No norte do país, na região do Canal da Mancha, um policial foi atingido no rosto por um artefato explosivo e está em coma.

A Promotoria local abriu investigação por “violência intencional contra uma autoridade pública”. O ministro do Interior, Bruno Retailleau, lamentou os episódios violentos: “Os verdadeiros torcedores do PSG estão comemorando uma vitória histórica. Grupos bárbaros aproveitaram a oportunidade para semear o caos e entrar em conflito com as autoridades”, declarou.

Antes mesmo do início dos confrontos, o atacante Dembélé, destaque da equipe campeã, já havia feito um apelo por celebrações pacíficas. “Vamos celebrar, mas não destruir tudo em Paris”, disse ele à emissora Canal+.

Em nota oficial, o Paris Saint-Germain repudiou os atos de violência e disse que eles “são contrários aos valores do clube”.

“Este título de Campeão Europeu deve ser um momento de alegria coletiva, não de agitação ou excessos. Esses atos isolados em nada representam a grande maioria dos nossos torcedores”, afirmou o clube.

Assim, a noite que deveria marcar o maior feito da história do PSG ficou marcada também por um dos episódios mais tensos já registrados em celebrações esportivas na França. A comoção pela conquista inédita agora divide espaço com o luto e as investigações.