Com a decisão, Brasil passa a ter a quarta maior taxa de juros do mundo
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (19), aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 13,25% para 14,25% ao ano.
Com isso, segundo o monitoramento das consultorias MoneYou e Lev Intelligence, o Brasil passa a ter a quarta maior taxa de juros do mundo.
A decisão foi unânime e marca o maior nível desde 2016, quando a taxa atingiu o mesmo patamar durante a crise econômica no governo Dilma Rousseff.
Em comunicado, o Copom sinalizou a possibilidade de um novo aumento na próxima reunião, embora em menor intensidade, inferior ao um ponto percentual aplicado agora.
Essa é a quinta alta consecutiva da Selic, reflexo da preocupação do Banco Central com a inflação diante de um cenário de economia aquecida. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%.
Inflação e os motivos para a alta dos juros
O Banco Central segue o regime de metas de inflação para definir a taxa de juros. Se a inflação projetada se mantém dentro da meta de 3% ao ano, os juros podem ser reduzidos. No entanto, com os preços pressionados, a tendência é manter ou elevar a Selic.
Entre os fatores que contribuem para o avanço da inflação, segundo o BC, estão:
A atividade econômica resiliente;
O mercado de trabalho aquecido;
O aumento dos gastos públicos;
E o cenário internacional adverso, que pressiona o dólar.
Esta foi a segunda reunião do Copom presidida por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à frente do Banco Central desde janeiro. Também foi o segundo encontro em que os diretores indicados por Lula formam a maioria no colegiado, tendo papel decisivo na definição da Selic.
Desde 2021, o Banco Central opera com autonomia aprovada pelo Congresso Nacional, o que garante mandatos fixos aos diretores da instituição.
Até o fim de 2023, a presidência e a maioria da diretoria estavam sob comando de indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.