Estevão Camargo, líder do grupo, destaca a importância do artesanato como herança cultural transmitida entre gerações
Um grupo de indígenas Kaingang oriundos de São Valério do Sul está em São Borja, aproveitando o período de Páscoa para vender artesanatos típicos da época.
Entre os produtos oferecidos estão cestas de Páscoa personalizadas com imagens de coelhos e ramos de macela, planta tradicionalmente associada à celebração religiosa.
Os materiais são produzidos na própria reserva onde vivem, e a atividade representa uma importante fonte de renda para as famílias indígenas.
O grupo chegou à cidade na última sexta-feira (4) e, por enquanto, está instalado na Praça XV de Novembro, onde também estão pernoitando na Plataforma Cívica Teotônio Vilela.
Eles devem procurar apoio da prefeitura nos próximos dias para tentar conseguir um espaço onde possam se abrigar durante sua estadia.
Enquanto isso, os indígenas pedem a solidariedade da população. Quem quiser contribuir pode levar roupas, cobertores e agasalhos diretamente até a Praça XV, onde o grupo permanece.
Estevão Camargo, líder do grupo Kaingang, destaca a importância do artesanato como herança cultural transmitida entre gerações. “Faz parte da nossa cultura indígena. As crianças crescem observando e aprendendo a fazer esse tipo de trabalho”, afirma.
Ele conta ainda que esta não é a primeira vez que o grupo visita São Borja para comercializar seus produtos. Segundo Estevão, a acolhida na cidade é sempre positiva. “Quero agradecer ao povo de São Borja, que sempre nos recebe bem, confia no nosso trabalho e nos oferece apoio”, diz.
Quem quiser apoiar o trabalho dos indígenas Kaingang pode encontrá-los na Praça XV, no centro de São Borja. Eles devem ficar na cidade até o fim do mês.
As cestas de Páscoa são vendidas por R$ 25, enquanto os ramos de macela custam R$ 5.
Além de contribuir com a renda das famílias, a iniciativa permite que a comunidade conheça de perto o artesanato indígena — uma expressão cultural rica em tradição e significado.