O ex-presidente participou de podcast às vésperas do julgamento
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta terça-feira (25) o julgamento que analisará a denúncia contra oito pessoas acusadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os denunciados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Primeira Turma da Corte, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, decidirá se aceita a denúncia da PGR. Caso isso ocorra, os investigados se tornarão réus e responderão a processo judicial.
O julgamento deve ocorrer ao longo de três sessões, com a primeira prevista para iniciar às 9h30 desta terça-feira.
Os denunciados são acusados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Além de Bolsonaro, estão na lista nomes como Mauro Cid (ex-ajudante de ordens), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), entre outros ex-integrantes do governo.
Caso a denúncia seja aceita, os réus serão submetidos a julgamento, podendo ser condenados ou absolvidos pelos ministros do STF, que definirão as penas e os crimes aplicáveis a cada um.
Bolsonaro participa de podcast na véspera do julgamento e gera críticas
Na noite de segunda-feira (24), Jair Bolsonaro participou de uma entrevista em um podcast ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, movimento que gerou descontentamento entre seus aliados.
O influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo criticou publicamente a escolha do ex-presidente de aparecer ao lado de Tarcísio na véspera do julgamento, sugerindo que a situação poderia ser interpretada como uma “passagem de bastão” político.
Nos bastidores, a decisão também gerou incômodo entre aliados de Bolsonaro, que alegam que ele foi convencido por integrantes do PL a conceder a entrevista.
Durante o podcast, o ex-presidente, agora inelegível, também culpou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por ter “tirado o mandato” de sua chapa nas eleições de 2022.
“Aquela imagem da Carla Zambelli da forma que foi usada, perseguindo o cara lá. Teve gente [que pensou]: ‘Olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. Ela tirou o mandato da gente”, disse o ex-presidente.